A Parvovirose é uma doença contagiosa, causada por
um vírus, que ataca os cães especialmente os
cachorros por serem vulneráveis.
Esta virose classifica-se como zoonose, por atacar
tanto o homem como o cão. No homem manifesta-se
sob a forma de infecções nas vias respiratórias e
nos olhos, mas sem gravidade, ao contrário da
incidência nos cães onde normalmente é fatal.
No cão a doença manifesta-se de duas formas, a
endémica, que é a mais frequente, e a miocárdica,
que provoca a morte súbita do cão e que só pode
ser diagnosticada no post-mortem, dado não
existirem sinais clínicos da doença no animal
enquanto vivo.
Na forma endémica, as primeiras manifestações da
doença são a febre, que pode atingir os 41º,
sonolência, falta de apetite, vómitos, por vezes
tosse e inflamação dos olhos (conjuntivite).
A doença desenvolve-se pela inflamação da faringe e
amígdalas, onde se replica, atingindo depois o
aparelho digestivo, a começar pelo estômago e
estendendo-se depois a outros órgãos como os
intestinos e fígado. Nesta fase as fezes apresenta-se
esbranquiçadas, sanguinolentas e sob a forma de
diarreia.
Na forma miocárdica o coração do animal, ao ser
atingido, provoca-lhe a sua morte súbita. No
entanto, na forma endémica, os danos podem
atingir o músculo cardíaco e, embora esses danos
não provoquem logo a morte do animal, podem
deixar sequelas que o vitimarão quando ele
envelhecer. Assim, um cão recuperado da forma
endémica da doença, pode vir a contrair a forma
miocárdica mais tarde.
Os casos típicos da doença consistem em os
cachorros serem aparentemente sadios, mas
morrerem subitamente ou minutos após um período
de angústia.
A fonte primária da infecção é a exposição oral às
fezes contaminadas. O vírus instala-se e infecta a
faringe e as amígdalas, entra na corrente circulatória
e atinge então os tecidos de vários órgãos:
estômago, fígado, baço, medula óssea, pulmões,
miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde
ele continua a replicar-se, provocando a necrose das
criptas do epitélio do intestino delgado, com
eventual destruição das vilosidades.
O vírus é muito difícil de combater e eliminar por ser
muito resistente. Em condições normais de
temperatura e de humidade, o vírus pode
permanecer no meio ambiente durante vários
meses.
Uma forma de minimizar o contágio é evitar o
contacto do cão com outros cães infectadoe e
respectivas fezes. O animal doente deve ser isolado
de outros animais e mesmo do homem, afim de
impedir-se a propagação do mal.
A forma mais eficiente de prevenir a parvovirose é
através da respectiva vacina.
As vacinas não devem proteger somente o indivíduo,
mas também a população, evitando a eliminação de
vírus quando o animal está infectado. O papel dos
anticorpos maternos na proteção dos cachorros é
fundamental. Os níveis de anticorpos maternos
(adquiridos pelo colostro) nos filhotes variam de
acordo com os níveis de anticorpos encontrados na
cadela. Quanto mais alto for o nível de anticorpos da
cadela, mais altos serão os níveis encontrados nos
cachorros e, portanto, mais duradoura será a
imunidade passiva. No entanto, como o nível da
cadela pode ser variável, a duração da imunidade
passiva também será variável. Se o animal for
vacinado e ainda apresentar vestígios de anticorpos,
esses vão inutilizar a vacina. Assim, para se ter a
certeza de uma eficiente imunização enquanto
cachorros, deve-se dar a primeira dose entre 6 e 8
semanas de idade, a segunda entre 10 e 12
semanas e a terceira entre 16 e 18 semanas de
idade. A revacinação deve ser anual.
Consequências da doença
O parvovirus em cachorros muito jovens (menos de
meses) ou in-útero pode atingir também as células
do coração e provocar problemas cardíacos
imediatos, como a miocardite, ou mais tardios (até
aos 6 meses) como seja a insuficiência cardíaca
congestiva.
Problemas neurológicos apenas se houver
complicações durante a fase aguda da doença em
que pode ocorrer septicémia ou hemorragias
cerebrais.. mas é raro.
O mais que se pode fazer é ir vigiando o animal e
esperar pelo melhor. 
Para assegurar uma boa imunidade aos filhotes,
deve-se vacinar as cadelas antes da cobertura
(antes do cio) mesmo que tenham sido vacinadas
antes, pois recebendo uma nova dose da vacina,
terão sua imunidade aumentada durante a gestação
e a oportunidade de através da circulação inter-
placentaria conferirem a seus futuros filhotes uma
razoável imunidade passiva.
Embora não se tenha verificado qualquer
interferência sobre o desenvolvimento normal do
feto, não se deve vacinar cadelas prenhes.
Depois do parto e já na fase de aleitamento das
suas crias, a imunidade conferida pela vacina
aplicada na mãe será transmitida através do leite
(especialmente o primeiro leite, o colostro), aos
filhotes recém nascidos, prevenindo-os assim da
doença na primeira fase da vida e enquanto não
atingirem a idade conveniente para eles próprios
receberem as primeiras vacinas.
Estas considerações são meros indicadores. Deve
seguir-se à risca o programa de vacinação
preconizado pelo veterinário.
Indicação do esquema de vacinação
(Deve ser preconizado pelo veterinário assistente)
Idade
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Doença
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6 semanas
|
Parvovirose
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8 semanas
|
Parvovirose, Esgana, Hepatite vírica e Leptospirose
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12 semanas (é um reforço da anterior)
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Parvovirose, Esgana, Hepatite vírica e Leptospirose
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16 semanas
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Raiva
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Reforço das vacinas anualmente
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